Idiotices

Aquilo que penso e não tenho coragem de dizer em voz alta...

segunda-feira, abril 30, 2007

# 235

Tiveste todo o tempo do mundo para me mostrares a tua vontade. Esperei pacientemente durante todo o tempo que isso acontecesse... e nada! Talvez devesses saber que decidi não tomar iniciativas faz tempo, até porque quando isso acontece nunca corre muito bem. Se esperei e não aconteceu nada, então... só posso chegar à conclusão de que esperava uma coisa que nunca vai acontecer porque afinal a única vontade aqui era a minha.
E mesmo essa, com toda a espera acabou por acabar também. Demasiado descomplicado...

quinta-feira, abril 26, 2007

# 234

O normal seria do outro lado do telefone aparecer uma voz estridente pertencente a uma senhora dos seus cinquentas e muitos, quase conseguia vislumbrar as lantejoulas presas no peito da camisola vestida, o cabelo louro claro penteado para trás e o colar de pérolas a enfeitar-lhe o pescoço. Deste lado a voz preparada para ser doce face ao azedume com que a costumavam brindar...
Mas desta vez a voz era masculina, leve, imaginou alguém jovem do outro lado, com um sorriso. Pediu a morada e começou o diálogo interessante:
-Dou sim senhora, tem uma caneta à mão para escrever?
-Tenho pois, estou a postos.
Depois da morada dada um agradecimento, mas do outro lado não estavam dispostos a desligar assim tão fácilmente...
-E não quer mais nada? Fax? Telefone?
-Pois...
O fax foi dito para ser confirmado, e depois num acto de idiotice decidiu deixar ver o seu sentido de humor...
-Quanto ao número de telefone... obrigada... mas fui eu que lhe liguei. Por isso ficou confirmado no momento em que me atendeu.
Do outro lado a gargalhada...

segunda-feira, abril 23, 2007

# 233

Saber que estão assim, faz-me lembrar que (também) estou assim... não que me faça confusão os assins dos outros, o que me deixa em baixo é a lembrança dos meus assins que faço questão de ir esquecendo. Por isso um primeiro desejo, que deixes de sentir assim, porque eu também tenho a esperança de deixar os meus (assins) para trás. Existem certas coisas que não devem apenas ser esquecidas... devem é desaparecer.

quinta-feira, abril 19, 2007

# 232


E no meio de todo o espólio que fui juntando ao longo da minha vida, descubro o postal que te escrevi e nunca cheguei a mandar...
... desculpa meu amor, talvez tudo tivesse sido diferente...

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# 231

Um dia...
Um dia, pensou assim...
Um dia...
Mas se esse dia viria não sabia.

terça-feira, abril 17, 2007

# 230

Num churrasco o que dá mais trabalho é acender a fogueira. Andamos ali às voltas, olhamos, sopramos, utilizamos acendalhas, ajeitamos o carvão, tudo com muito jeitinho, precisão, dedicação, com gosto pela vitória.
Depois do lume aceso, perdemos o interesse... sabemos que agora qualquer um pode pôr a febra a assar...

# 229

Já sabia a carta que me tinha calhado mesmo antes de a virar. Às vezes os desejos concretizam-se de tanto fervor que metemos nos pedidos. Agora resta descobrir se me vou cumprir na promessa daquilo que desejei.

domingo, abril 15, 2007

# 228

E pela primeira vez na minha vida eu senti nojo de alguém... nojo... um nojo que nunca serei capaz de ultrapassar.... nojo como nunca pensei sentir por ninguém... nojo que nunca utilizei por achar ser uma palavra sem retorno... é isso mesmo... se soubesses o nojo que sinto de ti...

sexta-feira, abril 13, 2007

# 227

É indecente a maneira como o desejo nasce da imaginação. A vontade de se portar como uma galdéria. Dar prazer e procurar prazer... existem dias em que a temperatura do sangue que nos corre nas veias atinge temperaturas inimagináveis e em nenhum momento podemos fechar os olhos sem que imagens ousadas nos atravessem o espírito... existem dias em que nada mais somos que bombas relógio prontas a explodir.

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quarta-feira, abril 11, 2007

# 226

Estamos mortos antes de termos nascido os dois. Tens ao menos noção disso? Queres que fiquemos juntos para que possamos nascer os dois, ou crescer, ou pelo menos teres a certeza que vives. Sei que gostas que te faça o coração bater mais depressa. Gostas das minhas mãos em ti, dizes que gostas do meu cheiro, percebo que gostas dos meus beijos e de encaixares o teu sexo no meu. Somos só isso, luxúria, paixão de olhos fechados. E antes de nascermos os dois já queres as coisas que só os quase mortos usam.

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terça-feira, abril 10, 2007

# 225

Perceber que se exerce um fascínio sobre um jovem de 25 anos deixa-nos mais ou menos com uma sensação de euforia, como se tivessemos o poder de um super heroi. Como se nada nos pudesse travar o caminho, poderiamos até ser os maiores... mas não...
Subir e cair tão rápidamente que nem se percebem quais os rastos das direcções dos movimentos... pode fazer ter uma sensação positiva, mas não é uma coisa positiva. A ideia é não alimentar essa coisa. É de alguma maneira subtil mas que não deixe margens para dúvidas ele perceber que amizade é apenas o que nos une. Detestaria ter de me afastar por não ter sido capaz de contornar uma situação deste tipo. Curioso... terá sido sempre assim e só agora ao fim de quase quatro anos é que eu percebi?

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segunda-feira, abril 09, 2007

# 224

Porque doí igual de cada vez que acho que te perdi? Eu nunca te perdi na realidade, tudo não passa de um sonho recorrente de quem nunca teve, esta noite nem sabia onde era a minha casa para me ir esconder da tua ausência. Comprei uma corrente para a porta mesmo sabendo que nunca irás lá tocar. E pintei os olhos com purpurinas verdes, não a pálpebra mas a zona abaixo, quem sabe tentava tapar assim as olheiras que as noites em branco me deixavam. Sim... porque não saber o caminho para casa só podia resultar de cansaço. Os olhos pintado do avesso como um grito para que me ouvisses, ou visses pela primeira vez. Rodei na estrada fazendo parar o trânsito e depois fugi a esconder-me. Sou assim tão igual a tudo? Não sentia nada, não sabia nada, mas escolhi com precisão uma corrente lacada a branco que nada tinha a ver com a decoração da casa a que tinha perdido a rua. Acordar facilita sempre este tipo de confusões.

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sexta-feira, abril 06, 2007

# 223

Apesar de pensar que não o voltarei a fazer, apesar das promessas internas e das justificações silênciosas, apesar de tudo acabo por voltar, como se precisasse saciar uma sede, sabendo que apesar de tudo me faz sentir bem... apesar de tudo...

segunda-feira, abril 02, 2007

# 222

Quantas vezes te sorri? Quantas vezes te abraçei? Quantas vezes fui eu que me aproximei de ti para ganhar um beijo? Quantas vezes estendi os pés na cama à procura do calor dos teus? Quantas vezes me aninhei nas tuas costas por ter frio? Quantas vezes te disse que te amava? Quantas vezes te dei a mão na rua? Quantas vezes te faltei ao respeito? Quantas vezes te traí? Quantas vezes te disse que não podia estar contigo? Quantas vezes recusei uma ida ao cinema? Quantas vezes te convidei para jantar? Quantas vezes te disse que tinha saudades tuas? Quantas vezes me viste chorar? Quantas vezes falei alto? Quantas vezes me fizeste perder a paciência? Quantas vezes te disse que não? Quantas vezes me zanguei? Quantas vezes te mandei uma mensagem para saberes que gostava de ti? Quantas vezes acordei de noite só para te sentir ali? Quantas vezes desejei futuros? Quantas vezes te deixei? Quantas vezes te amei? Quantas vezes te amei? Quantas vezes me ouviste? Quantas vezes te esperei? Quantas vezes me viste? Quantas vezes te amei? Quantas vezes te amei... quantas?

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