Idiotices

Aquilo que penso e não tenho coragem de dizer em voz alta...

sábado, setembro 30, 2006

# 111

O meu maior desejo neste instante?
Que me sintam a falta...

sexta-feira, setembro 29, 2006

# 110

Não consigo deixar de pensar na mesma coisa, no estranho que me vão parecer estes dias, quebrar as rotinas... definitivamente. Acabar um ciclo e ter a coragem de começar outro. Não... não se trata de coragem, vai ser uma obrigação, não tenho mais nada a fazer que se não continuar em frente... claro que sei que é uma coisa positiva continuar em frente, mas talvez aqui dentro eu não quizesse que fosse assim... que cobarde sou! Claro que não queria que fosse assim! Mas as coisas nem sempre acontecem como temos vontade.
Lembro-me muito do passado, passo a vida a fazê-lo... lembro-me dos sorrisos e dos abraços, lembro-me de ficar a olhar e a pensar que era assim que queria ficar... feliz. Lembro-me do que não chegou a ser feito e que nunca mais vai ter oportunidade de ser realizado... desistências de um tempo que não chegou a ser vivido, planos que nunca chegarão a ser postos em prática. Lembro-me de mim e dos outros, lembro-me de passeios e noites em casa, lembro-me de conversas e de achar que tudo iria mudar... não mudou... mudei eu... cansei-me de esperar... por nada... desisti...
Desisti de esperar por um dia que ainda me ia fazer doer muito mais... na verdade nunca fez grande sentido...

quinta-feira, setembro 28, 2006

# 109

'...é um apertar no peito que me faz esquecer o tempo ritmado de um respirar... depois quando dou conta e abro de novo os pulmões...arde...e muito...'
Se as palavras são minhas posso repeti-las as vezes que quizer...

# 108

quarta-feira, setembro 27, 2006

# 107

Nada mais tenho a esperar, se estúpidamente achei que alguma coisa poderia ter acontecido nestes últimos dias. Se achei que era bom ser assim como é, porque é que então sinto desilusão? Como sempre queria, desejava que as coisas pudessem ser de outra maneira. Planeava recusas, justificações, afastamentos... mas nada disso foi preciso, acabou por ser fácil demais. Se tudo correu então como eu queria que corre-se... porque é que me sinto assim desiludida?

terça-feira, setembro 26, 2006

# 106

De que adianta sentir raiva? De que adianta dizer que não se sente nada? De que adianta dizer que estamos bem? De que adianta dizer que desta vez não foi nada? De que adianta dizer que já não choro? De que adianta dizer em voz alta que já passou, se estamos sozinhos em casa? De que adianta fugir se depois temos que voltar? De que adianta adiar a realidade? De que adianta achar que é melhor assim? De que adianta olhar para trás? De que adianta olhar para imagens que não se voltarão a repetir? De que adianta sentir pena de nós? De que adiantam as noites em branco? De que adiantam as músicas que nos fazem lembrar alguém? De que adianta deixar de querer viver algo de novo? De que adianta esperar que o passado não se dissolva? De que adianta? De que adianta amar quando essa pessoa não nos ama a nós? De que adianta ficar?

segunda-feira, setembro 25, 2006

# 105

Sinto-me a falta, como em dias em que os sorrisos iam e vinham sem serem planeados...

quinta-feira, setembro 21, 2006

# 104

Porque é que quando se terminam as relações, a parte que de alguma maneira se sente culpada por não gostar, começa sempre a desejar aquelas coisas que a outra parte não gostaria de ouvir? Coisas do tipo: 'Vais arranjar uma pessoa melhor do que eu, porque tu mereçes'- quando sabemos que não é dito de coração, ' Vais ter uma filha linda, parecida contigo.'- quando queriamos que essa filha fosse com essa pessoa que nos deseja que tenhamos uma filha com uma outra pessoa que vai aparecer... não faz grande sentido. Então apetece gritar: 'E se fosses mas é a merda com essa estúpida conversa?'- será que não percebem que esse tipo de desejos e profecias soa a ridiculo aos ouvidos de quem deixa de estar com a pessoa que gosta? Seria tão mais fácil fazer um ploff, como uma agulha num balão e deixar de sentir ao mesmo tempo que deixam de sentir seja lá aquilo que fosse por nós.
Ou então deixarem-se de tretas de circunstância, não gosto e ponto final! Também não é intenção de quem deixa de estar, ou não deveria ser, a partir desse momento partilhar seja o que for da sua vida com essa pessoa, só para que ele se sinta menos mal. Perdeu todo e qualquer direito de saber o que vai dentro desta cabeça a partir do instante em que disse:' Não gosto de ti, para ficar contigo.'

# 103

Talvez devesse confessar que gostava de olhar para ele enquanto faziam amor, abria os olhos devagarinho e deixava-se ficar a olhar para ele de olhos fechados... às vezes ele apanhava-a, estava de olhos semi-cerrados, aí... ela limitava-se a sorrir e a fechar de novo os olhos, era o encaixe perfeito, o movimento perfeito, como se fosse uma dança treinada vezes sem fim e pronta para o concurso, sem falhas, a vencedora sem sombra de dúvidas.
Hoje ela perguntou-se quanto tempo demoraria a esquecer-se o cheiro de uma pessoa...

quarta-feira, setembro 20, 2006

# 102

Achar que talvez devesse ficar em silêncio durante uns tempos, achar que talvez a partilha de pensamentos não seja assim tão boa ideia. Então escondo-me por aí...por aqui... não quero partir assim tão de repente. Sei que ainda existem coisas que precisam ser resolvidas, mas também sei que não tenho vontade de falar, saber o que fazes ou como te corre a vida. Não quero que saibas como estou eu, ou melhor, quero que saibas que estou bem, que a máscara do sorriso se colou a mim na perfeição. Dar a volta por cima , quando na realidade passaram por cima de mim... sentir-me cheia e linda quando estou toda amarfanhada e prostrada... mas descansa... já não choro, nem quando escrevo estas malfadadas letras que se referem a ti. Foi só momentâneo o meu desespero, comecei a fazer-te desaparecer assim que me desfiz de todas as coisas que me pudessem fazer lembrar de ti. Longe da vista longe do coração...não é o que se costuma dizer? Mas o mais engraçado de tudo isto é que nem precisava de tirar as tuas lembranças da minha vista... já que me dei conta que o coração tem estado ausente...partiu sem dizer quando voltava...

terça-feira, setembro 19, 2006

# 101

Queria recordar-me só das coisas boas, assim uma coisa simples... poder por exemplo atar com um nó cego...assim daqueles bem apertadinhos que são como os primeiros que aprendemos a dar na altura em que vamos para a escola...daqueles que têm como única solução o golpe fatal da tesoura... dizia eu... atar com nó cego as coisas que nos magoam a alma, aquelas pequenas grandes coisas que nos atropelam os sentidos e nos fazem sentir o peito tão pequenino que nem sabemos como o coração se consegue manter lá dentro... então...sentimos aquele galopar que nos asfixia... começamos de novo então... mesmo que a sensação seja a de que estamos a começar coisa nenhuma...
O que eu queria mesmo hoje...era saber dar de novo esse nó cego...apertar dentro de qualquer coisa o que sinto... este galopar, esta dor, saber que começaria de novo essa coisa nenhuma, mas deixar de sentir esta desilusão... ficar sózinha, mas solta... porque não quero de maneira alguma estar sózinha e sentir-me cheia de laços...

# 100

-E agora? Estás onde queres estar?
-Não! Estou onde me deixaram ficar...
-Porque não mudas então?
-Porque não saberia para onde ir...

segunda-feira, setembro 18, 2006

# 99

Quando despedaçares um coração, tem em atenção a como fica, tens de ter o cuidado de o estilhaçares em pedaços tão pequenos que não pode haver a minima hipotese de ser recuperado e restaurado. A verdadeira esperteza da coisa está em que assim podes reclamar um coração novo...nunca ficar com um remendado!

quinta-feira, setembro 14, 2006

# 98

Mãe...o nosso cão está velho. Quem vai ter a coragem de o enterrar quando se fôr? E depois irá querer ter outro? Já que nem este queria... foi imposto por dois adolescentes que disseram que tomariam conta dele...isso antes dos anos passarem e o deixarem ai semi-abandonado...no quintal... viemos embora e só nos lembramos deles nas nossas curtas visitas de fins de semana.
Mãe... eu sei que percebe o meu olhar triste, percebo-o quando a apanho a olhar com um ar triste para mim também. Sem coragem para me perguntar o que tenho, porque sabe que a resposta que darei é que não se passa nada. As minhas dores aprendi-as eu a curar sózinha... males de amor, corações partidos e recomeços...
Mãe... a verdade é que nunca aprendi a amar sem ser com esta lança cravada no peito. É como se o meu amor nascesse doente a cada vez que me deixo levar pelo olhar.
Mãe... e doí tanto... com uma intensidade nunca sentida...

terça-feira, setembro 12, 2006

# 97

São aqueles instantes, aqueles segundos antes que deixemos que a alma se vire para dentro, em que achamos que merecemos o sono dos justos, aqueles instantes em que já não temos força para falar mas ainda continuamos a ouvir a respiração da pessoa que temos ao nosso lado... nesses instantes em que sentimos um aproximar de pele com pele, sentimos o calor passar dele para nós até que de repente é como se estivessemos fundidos...deixo de perceber onde termina o meu corpo e começa o dele... a temperatura é a mesma...o toque está ali...a respiração torna-se ritmada... é aí...nesses instantes de segundo que adormeçemos com um sorriso nos lábios... tudo nos parece bem...

quinta-feira, setembro 07, 2006

# 96

sexta-feira, setembro 01, 2006

# 95

Dizes que dizes, pensas que dizes...tudo... e o que dizes é tão pouco, tão menos do que aquilo que pensas que dizes. Fácil é ser vista, a dificuldade começa quando queremos saber até que ponto queremos mostrar, podemos então pensar que mostramos muito e para os outros não mostramos nada. Passamos então para o que pensamos que os outros vêm, que nos vêm a nós, e no fim não vêm nada mais do que aquilo que deixamos ver, nada... Pensamos então em fazer alguma coisa, tentamos com isso falar , mostrar e deixar que nos vejam como somos, mas não passam de sombras projectadas, continuamos a achar que o pouco que ali está nosso, para o outro poderá ser tudo. Não nos apercebemos que não mostramos tudo, porque temos esperança que os outros nos adivinhem.
-Vá deixa-te disso...deita-te e dorme que o teu mal é sono...